A residência artística TRANSATLÂNTICA levará a compositora e multi-instrumentista brasileira Mo Maiê a vivenciar um profundo mergulho no universo dos saberes e fazeres musicais na densa trama cultural do Oeste Africano, de janeiro a março de 2020, no Senegal.
Com o apoio cultural do “Programa Ibermúsicas” e do “Complexo Multicultural Sobobade” (Senegal), a residência faz parte de um amplo projeto transcultural que conecta uma rede criativa de experimentação e saberes entre músicos, artistas, educadores, produtores e comunidades no Brasil e na África.
TRANSATLANTICA propõe celebrar o encontro entre o universo musical brasileiro, o Jazz e o universo musical do Oeste africano, que representa uma parte do continente, sem se prender a um único registro cultural, nos relembrando dos intensos movimentos de trocas e hibridações que caracterizam os caminhos da música através dos territorios africanos e diaspóricos.
Ao provocar o encontro e a troca entre músicos de diferentes origens, a residência TRANSATLÂNTICA tem como proposta a criação de um repertório original autoral, que será registrado em um álbum musical, a partir da proposta de reaproximar realidades culturais que possuem raízes ancestrais comuns, para além do plano musical, expandindo suas potências/benefícios para o âmbito socio-cultural-educacional, a reverberar tanto em terras latino-americanas quanto africanas.
A palavra senegalesa Teranga traduz com riqueza o fundamento proposto por esta experiência.
Teranga representa uma maneira de viver para o povo Wolof – viver a hospitalidade, o senso comunitário do passado e do presente, vislumbrando um futuro mais harmonioso e saudável.
Se a música não tem fronteiras, como podemos buscar vislumbrar modos de vida mais pluridiversos, pautados na busca pela tolerância e respeito pelas diferenças?
A residência acontecerá fundamentalmente no complexo multicultural Sobobade, situado em Toubab Jallaw, uma pequena vila de pescadores da Grande Dakar.
Idealizado pelo multi-artista haitiano Gerard Chenet, Sobobade é reconhecido internacionalmente como um espaço de artes, turismo e ecologia, onde há mais de trinta anos se realizam festivais, residencias e intercambios, estimulando conexão e criando redes de apoio entre artistas do mundo.
Teranga nos convida a viver esta experiencia de partilha e troca musical como antídoto contra o Mal, contra a Violência da Colonização e como Caminho de Restauração e Re.Aproximação entre músicos e comunidades Africanas e Diaspóricas.